quinta-feira, 31 de março de 2016

Com o coração fechado, a misericórdia não entra...

Somente se o nosso coração estiver aberto, será possível acolher a misericórdia de Deus. Esta foi a exortação que o Papa Francisco fez na manhã de quinta-feira (03/03), na Missa celebrada na Casa Santa Marta.

 Na homilia, Francisco comentou a fidelidade de Deus e a fidelidade do seu povo. Na Primeira Leitura extraída do Livro de Jeremias, o Papa destacou que “Deus é sempre fiel, porque não pode renegar a si mesmo, enquanto o povo não presta atenção à sua Palavra. Jeremias narra de “tantas coisas que Deus fez para chamar à atenção os corações do povo”, mas o povo permanece na sua infidelidade.

Se o coração estiver fechado, a misericórdia de Deus não entra

“Esta infidelidade do povo de Deus – advertiu – e também a nossa própria infidelidade, endurece o coração: fecha o coração!”:

“Não deixa entrar a voz do Senhor que, como pai amoroso, sempre nos pede para abrir-nos à sua misericórdia e ao seu amor. Rezamos no Salmo, todos juntos: ‘Escutem hoje a voz do Senhor. Não endureçam o seu coração!’. O Senhor sempre nos fala assim, inclusive com ternura de pai nos diz: ‘Voltem a mim com todo o coração, porque sou misericordioso e piedoso. Mas quando o coração é duro, não se entende isso. A misericórdia de Deus só é compreensível se você é capaz de abrir o seu coração para que possa entrar”.

“O coração se endurece – retomou o Papa – e vemos a mesma história” no trecho do Evangelho de Lucas, onde Jesus é enfrentado por aqueles que tinham estudado as Escrituras, “os doutores da lei que conheciam a teologia, mas eram tão, tão fechados”. A multidão, ao invés, “estava impressionada”, “tinha fé em Jesus! Tinha o coração aberto: imperfeito, pecador, mas o coração aberto”. 

Pedir perdão

“Estes teólogos”, acrescentou o Papa, “tinham um comportamento fechado! Sempre buscavam uma explicação para não entender a mensagem de Jesus”, pediam-lhe um sinal do céu. Sempre fechados! Era Jesus que tinha de justificar aquilo que fazia”: 

“Esta é a história, a história daquela fidelidade falida. A história dos corações fechados, dos corações que não deixam a misericórdia de Deus entrar, que se esqueceram da palavra ‘perdão’, perdoa-me Senhor, simplesmente porque não se sentem pecadores: se sentem juízes dos outros. Uma longa história de séculos. Esta fidelidade falida, Jesus a explica com duas palavras chaves, para colocar fim, para terminar o discurso desses hipócritas: Quem não está comigo, está contra mim. Ou você é fiel, com o seu coração aberto, ao Deus que é fiel a você ou você está contra Ele: ‘Quem não está comigo, está contra mim’.”

Fidelidade a Deus

“Mas é possível um meio termo, uma negociação”, se pergunta o Papa. “Sim”, é a sua resposta. “Existe uma saída: se reconheça pecador! Se você diz: sou pecador, o coração se abre e entra a misericórdia de Deus e você começa a ser fiel: 

“Peçamos ao Senhor a graça da fidelidade. O primeiro passo para caminhar nesta estrada da fidelidade é sentir-se pecador. Se você não se sente pecador, você começou mal. Peçamos a graça para que o nosso coração não se endureça, que seja aberto à misericórdia de Deus e à graça da fidelidade. Peçamos, nós, infiéis, a graça de pedir perdão.” (BF/MJ)


Fonte: http://www.news.va/pt/news/papa-se-o-coracao-esta-fechado-a-misericordia-nao
Imagem: Internet

A esperteza do mal

Em data previamente marcada, reuniu-se a Conferência Mundial dos Demónios. Na agenda, o planejamento estratégico para os próximos dez anos. O tema andava a ser estudado há algum tempo. Tomando a palavra, Lúcifer, o chefe, observou:
- Não podemos impedir os cristãos de ir à igreja, nem podemos impedir que leiam a Bíblia ou batizem os filhos. Mas, uma onda de religiosidade varre o mundo e se não dermos um basta!, em breve seremos derrotados. 
De seguida, explanou um ambicioso plano: 
- Vamos deixá-los ir à igreja, ler a Bíblia, batizar os filhos, frequentar almoços beneficentes, ajudar obras assistenciais… mas vamos roubar-lhes o tempo. E para isso, devemos encher-lhes a vida de tantas atividades até que não tenham mais tempo para Deus ou para as coisas de Deus. Façam isso. Ocupem todos os espaços do tempo deles, cultivem neles a ambição ilimitada por bens e riquezas, para que adotem um estilo de vida que jamais será saciado. É preciso ainda incentivá-los a ter pressa, a concorrerem entre si e o gostar de muito ruído, para que desviem a atenção do que é realmente importante. Para isso, é bom semear nas casas o gosto pela novidade, com muito conteúdo superficial, que os deixem confusos.
O diabo continuou:
- É interessante ainda difundir a preocupação com a forma física, para que eles sigam os modelos da moda e sacrifiquem a saúde em nome de uma estética rigorosa e incansável. Nas datas especiais, como o Natal e a Páscoa, precisamos de os incentivar a cultuar Pai Natal e o coelhinho da Páscoa, para que sintam uma necessidade ilimitada de dar e receber presentes. E, assim, vamos encher a vida deles de tantas coisas que, simplesmente, não haverá lugar para Deus.
Uma grande salva de palmas saudou a proposta de Lúcifer. Ninguém na plateia duvidava de que o plano teria muito sucesso.

No passado, existia muita preocupação com o ateísmo, a explícita negação de Deus. Hoje, os ateus são poucos. As pessoas até acreditam em Deus, mas vivem como se Ele não existisse. Na escala de valores, no lugar de Deus, as pessoas colocam o dinheiro, o bem-estar e a preocupação com as coisas materiais.
Ora, se Deus é mesmo importante para nós, devemos ser capazes de lhe dedicar um tempo razoável, que terá um espaço nobre do nosso dia. Se for realmente importante para nós, comecemos hoje mesmo. E deixemos para lá o diabo e o seu planeamento estratégico.

Para refetir:
Qual é o grande pecado do nosso tempo?
Na hierarquia dos valores que temos na nossa vida, o que colocamos em primeiro lugar?

Fonte: Do jeito certo, Dom Itamar Vian e Frei Aldo Colombo
Imagem: Internet

quarta-feira, 30 de março de 2016

Como será a minha casa no céu?

Um homem muito rico morreu e foi recebido por um anjo no território da vida eterna. O anjo conduziu-o por várias alamedas e foi-lhe mostrando as moradas dos bem-aventurados. Apareceu uma impressionante mansão com belos jardins. O homem perguntou: «Quem mora aqui?» O anjo respondeu: «É o Raimundo, aquele seu motorista que morreu no ano passado.» O homem ficou a pensar: Ora! O Raimundo tem uma casa destas! Isto aqui deve ser muito bom! Logo a seguir, apareceu uma casa ainda mais bonita, com piscina e tudo! «E aqui quem mora?» Perguntou o homem. O anjo respondeu: «Aqui é a casa da Rosalina, aquela que foi sua cozinheira.» O homem ficou a imaginar que, tendo os seus empregados tais residências, tão magníficas, a sua morada devia ser no mínimo um palácio. Estava ancioso por vê-la. Então, o anjo parou diante de um barraco construído com tábuas meio pobres e disse: «Esta é a sua casa!» O homem ficou indignado. Como era possível? «Vocês sabem construir coisas muito melhores!» «Sabemos», respondeu o anjo, «mas nós só construímos: o material são vocês que seleccionam e enviam lá de baixo: o senhor só enviou isto!»

Isto significa que há muito tempo que estamos a enviar material para construir a nossa morada eterna. Cada gesto fraterno, cada atitude honesta, cada acto de consolo aos aflitos é tijolo e acabamento de primeira qualidade. E tudo isso se decide por aqui mesmo, nas escolhas e atitudes de cada dia.

A ressurreição é uma forma nova de ter esperança. Ela garante-nos que Deus quer guardar, recuperar, preservar tudo de bom que Ele criou e que nós realizamos. As pessoas ressuscitam com todas as suas realizações positivas. Nenhum gesto de amor fica perdido, mesmo que ninguém o tenha notado, mesmo que tenha sido mal-entendido. Nenhuma luta pela Justiça é um fracasso, mesmo que por enquanto pareça não ter resultado. Tudo isto permanece em Deus. O mesmo Pai que ressuscitou Jesus prepara a grande festa do encontro e da purificação de tudo o que é bom.

Para reflectir:

O que tenho enviado para o céu?

Estarei mesmo a investir naquela casa onde morarei para sempre?


Como vive a sua fé na ressurreição?


Fonte: Abrindo Caminhos, de Itamar Vian e Aldo Colombo
imagem: Internet