quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Porque sofrem os justos?

Assim como Deus manda a chuva, o sol e outras bênçãos tanto sobre  os justos como sobre os injustos (Mateus 5:44-45), a Bíblia também   ensina que todos (sejam justos ou injustos) têm que sofrer as conseqüências do pecado de Adão e Eva. Gênesis 3 registra o relato da queda de Adão e Eva. As maldições caídas sobre a terra como resultado são relatados em Gênesis 3:16-19. Elas incluem a dor do parto, espinhos e cardos, comer o pão "no suor do rosto", e, finalmente, morte. Estas maldições são universais. Todos estão sujeitos a dor, tristeza, infelicidade e a morte que são o resultado, não da crueldade ou indiferença por parte de Deus, mas da introdução do pecado no mundo.

A pessoa que está preocupada com o sofrimento dos justos precisa ler o livro de Jó. Ele era um homem rico a quem Deus tinha abençoado abundantemente. Jó 1:8 nos conta a estima de Deus por este homem: "Perguntou ainda o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, tememnte a Deus e que se desvia do mal."

Não há questão sobre se o subseqüente sofrimento de Jó era castigo por algum pecado grave. O livro constitui, na maior parte, de uma discussão que Jó tinha com seus "amigos", que tentavam convencê-lo de que ele estava recebendo retribuição por alguma maldade dele. Mas não somente Jó era inocente de qualquer pecado resultando em seu sofrimento incomum, mas é-nos dito mais tarde que "Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma" (Jó 1:22). O sofrimento acontece a jovens e velhos, bons e maus. Algumas pessoas parecem ter mais do que sua conta de calamidade, enquanto outras aparentemente escapam com pouca adversidade. A maioria de nós provavelmente cai em algum lugar entre estes dois extremos.

A adversidade, conquanto atribuída a um Deus cruel e injusto, realmente pode beneficiar-nos de muitos modos se estivermos determinados a servir o Senhor.

O sofrimento nos prova. Lemos sobre uma tal provação, em Gênesis 22, que deve ter sido desagradável para Abraão. Mas ele passou a provação e o resultado foi a promessa de grandes bênçãos através de sua herança, que beneficiaria toda a terra (leia os versículos 1 a 18).

Deus estava permitindo que Jó fosse experimentado com as aflições pelas quais Satanás o atormentou. Jó passou na prova e lemos, "Assim, abençoou o Senhor o último estado de Jó mais do que o primeiro..." (Jó 42:12).

Não nos foi prometida grande riqueza material se passássemos nas provas de adversidade, mas nos foi assegurado que o Senhor cuidará de nós (Mateus 6:33), e que colheremos recompensas maiores do que a riqueza deste mundo.

O sofrimento nos fortalece. Quem não ouviu uma pessoa mais velha contar os "tempos duros" que enfrentou? Alguns falam de suas experiências para atravessar a Grande Depressão. Alguns relatam os contos pungentes da desgraça. Outros falam de tragédia pessoal que teve que ser suportada. Por que freqüentemente as pessoas têm orgulho dos tempos traumáticos em que viveram? É porque elas sabem que isto é evidência de um caráter e uma constituição fortes, que talvez foram forçadas sobre eles pelas suas adversidades. Converse com qualquer pessoa de riqueza ou alta posição que "abriu seu próprio caminho." Os tempos sobre os quais terá mais prazer em lhe falar são "naquele tempo quando eu não estava tão bem como agora." Elas gostam de recordar a luta, a dureza e a labuta que os colocaram onde estão. A maioria destas pessoas não trocaria estas experiências por nada, porque sabem que foram as próprias durezas que suportaram que lhes deram a força de caráter que agora possuem.

Devemos ser fortalecidos espiritualmente pelo sofrimento porque sabemos que Deus "...não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar" (1 Coríntios 10:13). Cada vez que você passa por uma provação, você está um pouco mais forte. Isto não somente o capacitará a enfrentar outras tentações contra as quais você irá contra, mas também lhe dará capacidade para ajudar melhor e encorajar outros que possam enfrentar dificuldades semelhantes.

O sofrimento nos humilha. Em 2 Coríntios 12:4-10 aprendemos que Paulo tinha uma enfermidade com o propósito de ajudá-lo a manter sua humildade e também para que outros não o exaltassem acima da conta. Na adversidade percebemos que nossa única segurança e força verdadeira estão em Jesus Cristo. Por nós mesmos não temos a força e a auto-suficiência das quais gostaríamos de vez em quando de nos exibir. Paulo disse: "Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte" (2 Coríntios 12:10).

Acima de tudo, lembremo-nos de que nossa meta não é uma vida ditosa, despreocupada, nesta terra. Antes, estamos labutando e algumas vezes sofrendo para que possamos atingir o lar celestial que Jesus Cristo foi preparar para nós. Que as tentações, adversidades, perseguições, tristezas e dores nesta vida nos dêem uma mais profunda ânsia e apreciação pela esperança que fica diante de nós se formos cristãos e fiéis ao Senhor.

"Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós" (Romanos 8:18). Torne-se um cristão para que possa ter esta alegria e paz de consciência.

por Tom Moody

Imagem: Internet
Texto retirado do site: http://www.estudosdabiblia.net

Sejamos filhos obedientes...

A humanidade foi mergulhada no pecado e no sofrimento, na dor e na morte, por causa da desobediência de Adão e Eva; e foi salva porque Jesus cumpriu perfeitamente a vontade do Pai, obedecendo-o perfeitamente. Ele, como “novo Adão”, fez o caminho inverso de Adão. Ele disse aos Apóstolos: “Meu alimento é fazer a vontade de meu Pai que está nos céus” (Jo 4,34).

Para Jesus não havia outra razão para viver neste mundo a não ser “cumprir perfeitamente a vontade do Pai”, em perfeita obediência. Disse São Paulo: “Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos” (Rm 5,19). A carta aos hebreus diz: “Embora fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que teve” (Hb 5,8).

Jesus foi ao ponto mais profundo que um homem possa sofrer e se aniquilar para destruir o nó da desobediência de Adão: “Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fil 2,6-8).

Em muitas ocasiões Jesus deixou claro aos discípulos a necessidade de cumprir a vontade de Deus, e isso deve ser para nós uma orientação determinante. O seu alimento era fazer a vontade de Deus (cf. Jo 4,4); isso Lhe dava força, ânimo, coragem para enfrentar tudo que Ele sabia que ia acontecer com Ele até o Calvário. Já desde menino, no Templo, Ele mostra que o que lhe importa é “estar na Casa do Pai”, fazer a sua vontade, realizar o seu plano de salvar os homens. “O mundo, porém, deve saber que amo o Pai e procedo como o Pai me ordenou”.( Jo 14,31)

E, quando ensina aos Apóstolos a Oração perfeita, manda pedir que a vontade do Pai seja cumprida perfeitamente: No Sermão da Montanha, onde Ele colocou a “Constituição do Reino de Deus” (Mt 5,6 e 7), deixou claro que se salvam aqueles que fazem a vontade de Deus:

“Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!” (Mt 7,21)

E na cruz Jesus levou à plenitude o cumprimento da vontade do Pai, obediência perfeita à Sua vontade; e assim, salvou o mundo.

Aos romanos, o Apóstolo explicava que todo cristão é convidado a responder à ordem-programa do Pai pela “obediência da fé” (Rm 1,5). A determinação do Pai foi clara: “Este é o meu Filho bem-amado, escutai-O” (Lc 9,35; Mc 9,6; 2 Pd 1,17). O acatamento a tudo que Jesus falou abre a existência de seu discípulo para a liberdade verdadeira e dá acesso à vida filial. Trata-se da aceitação das doutrinas da crença cristã que são detalhadas pelo Magistério da Igreja, bem como a adesão aDeus pela fé. Interessante é que, quando lá no Tabor os apóstolos ouviram a voz do Pai, eles “caíram de bruços e tiveram grande medo” (Mt 17, 6). Isso é fato, em nossa miséria, também nos apresentamos “medrosos” diante de Deus e da verdade. Outras tantas vezes não conseguimos compreender ou aceitar a vontade de Deus para as nossas vidas. E justamente, neste ponto, o Magistério da Igreja, nos auxilia a não “errarmos o caminho”, sobretudo ao que se trata de nossa fé. Jesus quis que fosse assim. Não me esqueço desse forte ensinamento: “É preferível errar com a Igreja, do que errar sozinho”. Mas para estar em comunhão com Cristo e a Igreja, precisamos ser obedientes. Foi o que Ele nos ensinou.

Muitos ainda dizem ser obedientes a Deus e não veem a necessidade de obedecer a Igreja. Ora, isso não pode ser assim! É preciso entender que quem não concorda com o que a Igreja ensina, não conhece bem o que Jesus ensinou, fez e mandou que fizéssemos. Ele fundou a Igreja sobre São Pedro e os Apóstolos para ser sua “porta voz” na terra e extensão de Sua Presença entre nós, já que ela é o “Corpo de Cristo” . Jesus disse aos Apóstolos: “Quem vos ouve, a Mim ouve; quem vos rejeita, a Mim rejeita, e quem Me rejeita, rejeita Aquele que me enviou” (Lc 10,16). Quer dizer, quem não ouve a Igreja, não Me ouve! Quem não obedece a Igreja, não obedece Jesus.

Jesus ainda disse a eles: “Não temais, pequeno rebanho, porque foi do agrado de vosso Pai dar-vos o Reino”. (Lc 12, 32). E foi à Igreja que Jesus mandou: “Ide pelo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Como, então, não concordar com a palavra da Igreja? E mais: “A quem vocês perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados…” (Jo 20,22). O Pai mandou o Filho para salvar o mundo; e o Filho enviou a Igreja. Ela é o “Sacramento universal da Salvação” (LG, 4), a Arca de Noé que salva do dilúvio do pecado. Na Santa Ceia, na despedida dos Apóstolos, Jesus fez várias promessas à Igreja, ali formada por seus discípulos. Entre muitas coisas que São João narrou, em cinco capítulos do seu Evangelho (13 a 17), Jesus prometeu à Igreja:

“Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós”. “Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito” (Jo 14,15.25). Ora, como a Igreja poderia ensinar algo errado se o Espírito Santo permanece sempre com ela e lhe “ensina todas as coisas”?

Além disso, o próprio Jesus está na Igreja; pois Ele prometeu, antes de subir ao céu: “Eis que Eu estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20). Foi a última palavra Dele aos discípulos. Ora, como a Igreja poderia errar se Jesus está com ela todo tempo? É impossível! É por isso que São Paulo disse a São Timóteo: “A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3,15). Então, a Igreja detém a verdade que Jesus disse que nos liberta.

É por causa de tudo isso que o nosso Credo tem 2000 anos, e nunca mudou e nem vai mudar; porque é a expressão da “verdade que salva” (cf. Cat. n.851). A mesma coisa os Sacramentos, os Mandamentos, a Liturgia. A Igreja já teve 266 Papas e nunca um deles cancelou um ensinamento doutrinário que um antecessor tenha ensinado. Já realizou 21 Concílios universais, e nunca um deles cancelou um ensinamento de um anterior. A verdade não muda, e está na Igreja. O Espírito Santo não se contradiz.

Logo, como não concordar com o que a Igreja ensina? Isso seria por causa da ignorância de tudo o que foi relatado acima; ou, então, seria um ato de orgulho espiritual da pessoa, que acha que sabe mais do que a Igreja, assistida por Jesus Cristo e pelo Espírito Santo. Longe de nós isso.

O livro do Deuteronômio ensina que é possível viver e obedecer o que Deus manda, certamente contando com a Sua graça: “O mandamento que hoje te dou não está acima de tuas forças, nem fora de teu alcance. Ele não está nos céus, para que digas: quem subirá ao céu para no-lo buscar e no-lo fazer ouvir para que o observemos? Não está tampouco do outro lado do mar, para que digas: quem atravessará o mar para no-lo buscar e no-lo fazer ouvir para que o observemos? Mas essa palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração: e tu a podes cumprir.Olha que hoje ponho diante de ti a vida com o bem, e a morte com o mal.” (Dt 30,11-16)

Podemos até não conseguir viver o que a Igreja ensina e manda viver – isso é compreensível por causa de nossa fraqueza – mas, jamais poderemos dizer que a Igreja está errada ou que eu não concordo com o que ela ensina. Ela não ensina o que quer, mas o que o Seu Senhor lhe confiou.

Peçamos ao Espírito Santo que nos assista em nossas necessidades e faça de nosso coração ainda mais manso, humilde e obediente para agradar a Deus.

Prof. Felipe Aquino

Texto: http://www.santateresinhago.com.br
Imagem: Internet