domingo, 30 de dezembro de 2018

Tempos de crise

Leitura Bíblica:
"Senhor, o meu coração não é orgulhoso,
nem os meus olhos são altivos;
não corro atrás de grandezas
ou de coisas superiores a mim.
Pelo contrário, estou sossegado e tranquilo,
como criança saciada ao colo da mãe;
a minha alma é como uma criança saciada!
Israel, espera no Senhor,
desde agora e para sempre!"
(Sl 131)

Meditação:
Acalmei e tranquilizei a minha alma. Sou como uma criança recém-amamentada por sua mãe; a minha alma é como essa criança (Sl 131, 2).
Talvez a palavra que melhor descreva os nossos dias seja "crise" – mas Davi nos oferece aqui uma maneira eficaz de enfrentar situações difíceis.
A primeira lição deste pequenino salmo é nada de orgulho (v.1). As palavras soberbo, altivo ou arrogante têm o mesmo sentido: orgulhoso. O salmista diz que não anda à procura de grandes coisas. Vivemos o século das coisas grandes: conquistas, recordes, bombas inteligentes; nossa tecnologia é de ponta, de última geração. Mas o que é grande aos olhos do mundo pode ser desprezível aos olhos de Deus. A maior coisa que o homem pode e deve buscar é Deus – Jesus, seu Filho, é o grande tesouro. Neste mundo em que as pessoas estão mais à procura de fama, posição, poder e posses, precisamos pedir a Deus que nos conceda um coração humilde, que nos leve a buscar aquilo que de fato tem valor permanente. O autor do livro de Hebreus diz: "Contentem -se com o que vocês têm" (13, 5) e Paulo conclui: "Tendo o que comer e com que vestir -nos, estejamos com isso satisfeitos" (1Tm 6, 8).
A segunda lição deste salmo é nada de ansiedade (v.2). O salmista diz que fez a sua alma se aquietar, se acalmar e serenar. E conseguiu ficar sossegado como a criança nos braços de sua mãe. Somos uma sociedade inquieta, nervosa, neurótica e ansiosa, mas Jesus nos traz paz, bonança e esperança.
A terceira e última lição é nada de desespero (v.3). A esperança em Deus é a nota mais alta com que o salmista encerra este salmo. A esperança é o alento do cristão. Vivemos num mundo desesperado; mas nós, filhos do Rei dos reis, podemos colocar em Deus a nossa esperança. Nestes momentos difíceis somos convidados a nos desfazer de orgulho, ansiedade e desespero, confiando de forma absoluta em Deus, nossa âncora segura.

O melhor tratamento para a nossa vida é submetê-la a Deus.

Fonte: Pão Diário
Imagem: Internet

Para ganhar tempo...

Leitura Bíblica
"Adonisédec, rei de Jerusalém, ao saber que Josué se havia apoderado de Ai e a tinha destruído - como fizera com Jericó e seu rei, assim fez também com Ai e seu rei -, e ao saber que os guibeonitas tinham feito a paz com Israel e habitavam com ele, ficou com muito medo. Guibeon era, com efeito, uma grande cidade, uma cidade real, muito maior que Ai, e todos os seus homens eram valorosos. Adonisédec, rei de Jerusalém, mandou dizer a Hoam, rei de Hebron, a Piram, rei de Jarmut, a Jafia, rei de Láquis e a Debir, rei de Eglon: «Vinde comigo e ajudai-me a combater Guibeon, porque ele fez a paz com Josué e com os israelitas.» Unidos assim os cinco reis dos amorreus - o rei de Jerusalém, o de Hebron, o rei de Jarmut, o rei de Láquis e o rei de Eglon - saíram com todos os seus exércitos e acamparam perto de Guibeon, sitiando-a. Os habitantes de Guibeon mandaram dizer a Josué, que estava acampado em Guilgal: «Não abandones os teus servos; sobe e vem em nosso socorro sem demora; liberta-nos, porque todos os reis dos amorreus que habitam na montanha se coligaram contra nós.» Josué subiu de Guilgal, com todos os seus valentes guerreiros. O Senhor disse-lhe: «Não temas, porque Eu os entregarei nas tuas mãos; nenhum deles te poderá resistir.» Josué, que toda a noite subira desde Guilgal, caiu sobre eles de improviso. O Senhor espalhou entre eles o terror perante Israel, que lhes infligiu pesada derrota junto de Guibeon e os perseguiu pelo caminho que sobe para Bet-Horon, batendo-os até Azeca e Maqueda. Enquanto eles fugiam diante dos filhos de Israel, na descida de Bet-Horon, o Senhor fez desabar sobre eles uma tempestade de granizo, até Azeca; e foram mais numerosos os que morreram sob esta chuva de pedras do que os que pereceram às mãos dos filhos de Israel. No dia em que o Senhor entregou os amorreus nas mãos dos filhos de Israel, Josué falou ao Senhor e disse, na presença dos israelitas: «Detém-te, ó Sol, sobre Guibeon; e tu, ó Lua, sobre o vale de Aialon.» E o Sol deteve-se, e a Lua parou
até o povo se ter vingado dos seus inimigos. Isto está escrito no Livro do Justo. O Sol parou no meio do céu e não se apressou a pôr-se durante quase um dia inteiro. Nem antes nem depois houve um dia tão longo como aquele em que o Senhor obedeceu à voz de um homem, pois o Senhor combatia ao lado de Israel. Depois disto, Josué voltou para o acampamento de Guilgal, com todo o Israel." (Js 10, 1-15)

Meditação
Quando o ano termina ouvimos: "Como passou rápido!" Vemos as crianças correndo pela casa e lembramos que há pouco eram bebés. A cada dia parece que mais rápido se esgota o tempo – ainda que as invenções tecnológicas prometam economizá-lo. A cada geração aumenta a responsabilidade de produzirmos e mantermos o curso da história, e parece que os nossos antepassados produziam mais do que conseguiriam em nosso tempo.
Acredito que não foi diferente com Josué quando este teve de assumir o posto de Moisés. Todos sabiam que não haveria homem como Moisés, que falou face a face com o Senhor e tantos prodígios realizou em nome do Deus de Israel (Dt 34, 10-11). Mas Moisés estava morto e era preciso conduzir aquele povo tão desobediente e ingrato para a Terra Prometida.
Josué deu conta do recado: liderou o povo com vitórias e milagres, e ao sol e à lua ordenou que parassem até que o exército celebrasse a vitória sobre os inimigos de Israel. Qual o segredo de Josué para até mesmo ganhar tempo em suas batalhas? O texto de Js 1, 1-9 revela: antes de agir por conta própria, ele tratava de ouvir o Senhor. Medo, ansiedade, preocupação e temor não fariam de Josué um conquistador de territórios, e qualquer outra tentativa de controlar e ganhar tempo sem ajuda daquele que criou o sol e a lua seria loucura. Por isso, antes de falar ao sol e à lua, ele ouviu quem os criou. Antes de querer ganhar tempo em suas batalhas, Josué ganhava tempo ouvindo o Senhor que fez o dia e a noite. Parar e ouvir o Senhor no mundo veloz em que vivemos pode parecer loucura, mas é essencial para o nosso sucesso em qualquer coisa que façamos.

Para ganhar tempo é preciso dar ouvidos ao Senhor.

Fonte: Pão Diário
Imagem: Internet

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

A oração é a saúde da alma

"A oração é a saúde da alma e do corpo

Não me considero nenhum mestre de oração, pois não existem escolas ou mestrados em oração. Ninguém recebe o diploma na arte de dialogar e amar a Deus sobre todas as coisas; é um caminho que se faz ao longo de toda a vida, sempre com o perigo de voltar atrás, se não vigiamos constantemente sobre nós mesmos.

É bom desconfiar dos métodos fáceis e baratos em todas as áreas: “Aprenda inglês em 15 dias e sem esforço”; “Seja artista numa semana”; “Emagreça 10 kg em um mês comendo de tudo e sem exercícios físicos”; “Toque violão em três dias”… são todos anúncios “enganosos” que deveriam ser proibidos porque não correspondem à realidade. Tudo o que é belo, duradouro e transformador exige muito tempo e, principalmente, a fidelidade no exercício para não esmorecer no caminho.

A oração é a atividade mais fácil e mais difícil ao mesmo tempo. Trata-se de consciencializar-se de sua importância e levar a sério o exercício de rezar, não aleatoriamente, de vez em quando, quando nos sentimos bem, ou temos necessidade, mas sempre. É o mesmo Jesus quem nos recorda estes princípios básicos: “Rezai sem cessar para não caírdes em tentação” (Mt 26, 41), ou o apóstolo Paulo que repete como um eco as mesmas palavras do Mestre: “Orai sem cessar” (1Ts 5, 17).

Quem descobre os benefícios da oração vai se tornar orante e vai ser fiel em cada momento da vida. Devemos evitar, a todo custo, sermos “rezadores”, preocupados com a quantidade de “orações” que todos os dias vêm determinadas e em momentos da vida as pronunciamos, e fazermos o esforço para sermos “orantes”, isto é, pessoas que fazem da oração sua própria identidade, um estilo de vida; que encontram nesse exercício quotidiano, o caminho do próprio bem-estar espiritual-físico, o próprio equilíbrio emocional. É a forma de viver uma vida “estável” emocionalmente em todos as situações que aconteçam, porque criam dentro de si o hábito da fé e a certeza de que Deus-amor não pode faltar nas Suas promessas. As convicções não se assumem porque os outros falam da beleza e da necessidade de uma determinada coisa, mas pela experiência própria; são o alicerce que cada um decide ter e sobre o qual construir a própria vida. Quem muda continuamente de alicerce acaba não construindo a casa, e corre o risco de ver a sua casa ruir.

“Não são aqueles que dizem Senhor, Senhor, que entrarão no Reino dos céus, mas aquele que escuta e pratica as minhas palavras… Quem escuta e pratica a minha palavra é como quem constrói a sua casa sobre a rocha…” (Mt 7). O fundamento e o cume de todo diálogo com o Pai é Jesus. É a Ele que devemos buscar como único Mestre, que teve a ousadia de ensinar para nós como devemos rezar: “Quando rezardes dizei: ‘Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixei cair em tentação mas livrai-nos do mal’.” (Lc 11, 2-4).

Contemplar Jesus! Será Ele o ORANTE, será o nosso caminho que percorreremos ao longo deste ano: Jesus que reza, ensina a rezar e intercede por nós. Na pessoa do Verbo encarnado se resume todo o drama da oração humana desde todos os tempos. Ele é o único que podemos e devemos chamar de “Mestre de oração”.

A geografia da oração

Quando achava orgulhosamente que eu poderia ser “teólogo”, colocava-me uma pergunta angustiante e ao mesmo tempo soberba: “Para que serve ficar diante de Deus em silêncio, suplicando pelos problemas dos outros e meus, quando ao meu lado o mundo pega fogo, os homens passam fome, a injustiça vai aumentando e o mal avançando? Para que desperdiçar tempo precioso em “cânticos, orações, adorações” se é necessário agir, fazer algo para melhorar um pouco o mundo em que vivemos?” Estas perguntas e outras semelhantes sempre estiveram presentes e sempre existirão. Delas ninguém escapa. Mais cedo ou mais tarde, na confrontação conosco mesmos, assalta-nos a tentação da inutilidade da oração e queremos justificar tudo com o FAZER, embora defendamos a importância do SER.

A incoerência está presente na natureza do ser humano, faz parte da fragilidade e da carga pesada de “pecaminosidade” que carregamos dentro de nós; é uma realidade que nos acompanha ao longo de toda a existência: vemos com clareza o bem que devemos fazer e acabamos fazendo o mal que não gostaríamos de fazer. Diante da constatação de minha incoerência, há muitos anos, decidi fazer uma pesquisa que, se não me convenceu, ajudou-me bastante a clarear as ideias sobre o “mistério da oração”. Será que a oração é somente uma ideia fixa dos católicos, dos místicos, dos fanáticos, ou uma necessidade do ser humano? Dizem que, quando uma coisa se encontra presente em todos os seres humanos, é uma atividade humana indispensável e faz parte de sua estrutura fundamental. Assim, comer, dormir, pensar, amar, criar, viajar, conhecer, dialogar, rir, chorar…são atividades que encontramos presentes em todos os povos. Um elemento indispensável na vida humana, como tal é a Religião. Em nenhum povo – e você mesmo pode fazer esta pesquisa através de enciclopédias e dicionários – está ausente o fator religioso nos seus vários matizes.

É uma descoberta fascinante constatar que todos os povos buscam um relacionamento com o Senhor e fazem de Deus o centro da própria vida. Mesmo por caminhos nem sempre retos Deus se revela. Buscá-lo já quer dizer tê-lo encontrado. A oração nasce da consciência de nossa pobreza. À medida que nos sentimos pobres, necessitados, vamos ao encontro da riqueza e da nascente da água viva que é o amor. O “Magnificat”, o canto de Maria, nasce de sua humildade e pobreza: “Deus olhou a humildade de sua serva” (Lc 1, 43). Os místicos não têm medo de ser ousados quando falam de Deus como fonte de riqueza e de amor misericordioso. Agostinho, na sua ansiosa busca de Deus, diz: “nós somos os mendigos diante de Deus”. Estamos sempre de mãos estendidas, esperando que Ele venha em nosso socorro. Todo pobre, seja qual for a sua pobreza, tem plena consciência de que não tem direito a nada, que tudo o que recebe é dádiva, misericórdia. Assim é o doente que estende a mão para o médico; o mendigo que, à beira da estrada, pede um pedaço de pão; ou como o aluno que, na sua pobreza, pede que lhe seja comunicada a sabedoria… É preciso reconhecer que nos falta algo para sermos felizes e buscar tudo isso com profunda humildade; ninguém pode se aproximar e estar diante de Deus buscando ter “direitos” a fazer valer. Deus rejeita os soberbos e os orgulhosos; os ricos vão embora de mãos vazias e os famintos são saciados.

Sem dúvida, uma das santas mais ousadas nesta visão da oração como pobreza-riqueza será Santa Teresinha do Menino Jesus que, nas suas loucuras de amor, não tem medo de dizer: “Deus é o grande mendigo, Ele mendiga o nosso amor”. A fome que Deus tem de nós é infinita, por isso Ele tem sede que nós tenhamos sede dele. É Ele quem se abaixa no mistério da encarnação, que “deixando a tranquilidade de estar no seio do Pai” através de um completo esvaziamento, uma Kénosis, Ele se reveste de nossa humanidade e caminha entre nós. Jamais, em nenhuma religião, nenhum Deus se fez “carne” para estar com a humanidade dia e noite e fixar sua morada entre nós. A oração se entende a partir da perspectiva: a) da riqueza de Deus e da pobreza humana; b) da “pobreza” de Deus e da riqueza humana. Uma pobreza divina que é extrema riqueza vem a nós, dando-se sem se esgotar e doando-se sem diminuir.

O orante é aquele que tem livre acesso ao coração de Deus, entra e sai quando quer, e nunca entra sozinho, como também nunca sai sozinho, mas sempre revestido da mesma “formosura de Deus”. A geografia da oração é feita de “desertos“, onde experimentamos a completa “nudez e noite escura”, onde se caminha pela força da fé, apoiando-se no bastão da cruz. A oração é fixar o olhar no infinito e obscuro “tu és verdadeiramente um Deus escondido”, como diz o profeta Isaías. O deserto como espaço teológico da experiência oracional, não importa qual seja o nome do deserto: dor, sofrimento, incompreensões, cruzes, solidão, abandono, morte, doença. Deserto é o lugar onde não cabe mais que duas pessoas: você e Deus. Todo o resto é supérfluo e deve ser eliminado pelo processo de uma constante conversão.

Mas Deus é o sábio pedagogo que sabe dosar os sofrimentos e nos concede, portanto, momentos de oração que são fontes borbulhantes, lautos manjares e visões maravilhosas de uma alegria suave e incomunicável: paz, alegria, toques delicados da graça, sucessos, doçura e ternura do amor.

Para penetrarmos no drama da oração precisamos entrar na espessura da cruz, no cimo solitário do Calvário, onde o Senhor Jesus reza: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mt 27, 46); ou entrar na alegria do agradecimento, do encontro amoroso com o Pai: “Te louvo e agradeço, ó Pai, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11, 25).

A geografia da oração é feita de desertos e mananciais, de montanhas ermas e solitárias e florestas verdejantes, de noite escura e de luzes… É o entrelaçar-se da vida, do amor e da cruz. Nada pode ser eliminado no nosso encontro com o Senhor.

Iniciar o caminho

A oração não é meta, é simplesmente caminho para se chegar a Deus. Não se pode transformar os meios em fim. Muitas vezes as pessoas confundem a oração com “Deus”. Mas a oração se faz necessária para poder dialogar com Ele e conhecê-lo melhor. É pelo caminho da oração que se vai chegando à nascente. Santa Teresa de Ávila, mestra de oração, desde sua infância, em formas diferentes, coloca um ideal diante de si: “Quero ver Deus”. E será esta profunda convicção e desejo que vão orientar toda a sua vida. Tudo renuncia, de tudo se despoja, tudo abandona. Nada que possa ser obstáculo ao seu encontro com Deus terá direito de estar presente em sua vida. Torna-se assim a mulher do essencial e do absoluto, que sabe, numa de suas poesias, sintetizar toda a sua teologia experiencial do desejo e da busca:

“Nada te perturbe.
Nada te espante.
Tudo passa.
Deus não muda.
Quem a Deus tem nada lhe falta.
Só Deus basta.”


O que muitas vezes nos afasta da oração na vida é não fazer de Deus o centro de nossa existência e buscar só a Ele e nada mais. Iniciar o caminho da oração é ter uma “determinada determinação” que não pode ser colocada em discussão por nada. Não importam os gostos, as consolações. “A minha única consolação é não ter consolação”, escreve Santa Teresinha do Menino Jesus. A oração não pode faltar na nossa vida se queremos chegar a uma harmonia interior. Temos à nossa disposição este caminho: o caminho do encontro e do amor pleno de um Deus que vem ao nosso encontro. Vamos iniciar o caminho!

Tente responder, com sinceridade e no íntimo do sacrário de sua consciência, a estas três perguntas:

1 – Deus – Trindade de amor: Pai, Filho e Espírito Santo – é o centro de minha vida, tudo dele procede e tudo a Ele volta?

2 – Que lugar ocupa a oração em minha vida; quanto tempo dedico por dia a este encontro amoroso com Deus?

3 – Por que rezo? Estou convencido de que a oração é a saúde de minha vida espiritual, humana e psicológica?

Fixemos o nosso olhar em Cristo Jesus, amigo e companheiro! N'Ele encontraremos todas as delícias de nossa vida. Ele é a fonte e o caminho de nossa oração.

Frei Patrício Sciadini"

Fonte: https://www.comshalom.org/a-oracao-e-a-saude-da-alma-e-do-corpo-2/
Imagem: https://pixabay.com

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Halloween versus Dia de Todos os Santos... diferenças

Caríssimos leitores, no dia de amanhã celebra-se o Dia de Todos os Santos, e hoje mesmo recebi da parte de uma pessoa amiga, uma mensagem a mostrar as diferenças entre uma noite (31 de Outubro) e um dia (1 Novembro)... como não podia deixar de ser, tinha que partilhar com mais pessoas. Para mais facilmente se comparar cada situação, estão identificadas com alíneas a), b), c), etc.

  • Halloween (noite das bruxas)

a) celebra-se na NOITE de 31 de Outubro
b) celebra as TREVAS
c) celebra a MORTE
d) foca-se no TERROR
e) sublinha o DESESPERO causado pela morte.
f) detém-se na morte enquanto FIM da existência.
g) encara o ser humano como ser SOLITÁRIO perante a morte.
h) as crianças percorrem as ruas, à noite, FANTASIADAS de seres demoníacos, pedindo doces, AMEAÇANDO com a expressão "doçura ou travessura" (trick or treat) e VINGANDO-SE maldosamente de quem não oferece.
i) evento de origem pagã, com ritos de natureza demoníaca.
j) moda promovida pela indústria das fantasias e pelo negócio do terror.

  • Dia de Todos os Santos (Pão por Deus)

a) celebra-se no DIA 1 de Novembro.
b) celebra a LUZ.
c) celebra a VIDA.
d) foca-se no AMOR de DEUS.
e) sublinha a ESPERANÇA para além da morte.
f) contempla a morte como PRINCÍPIO da Eternidade.
g) encara o ser humano como AMIGO de Jesus, que o ressuscita do túmulo.
h) as crianças percorrem as ruas, de manhã, com a sua ROUPA NORMAL, pedindo ofertas com a expressão "Pão por Deus", HUMILDEMENTE e sem ameaças. Quem oferece fá-lo pelas ALMAS do Purgatório.
i) festa de origem cristã, criada como alternativa à celebração pagã da morte.
j) tradição baseada na generosidade e gratuidade. 


Interessante... se calhar nunca pensamos nestas diferenças...

Imagem: Internet

 

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Perseverar

Leitura Bíblica:
"Ao anjo da igreja de Esmirna escreve: «Isto diz o Primeiro e o Último, aquele que estava morto, mas reviveu: ‘Conheço as tuas tribulações e a tua pobreza; no entanto, és rico. Também conheço as calúnias dos que se dizem judeus, mas que não são mais que uma sinagoga de Satanás. Não temas nada do que vais sofrer. Eis que o Diabo vai lançar alguns de vós na prisão para vos provar. Sereis atribulados durante dez dias. Sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da vida.’"
(Apocalipse 2, 8-10)

Meditação:
A carta à igreja de Esmirna ensina que os cristãos devem perseverar sempre. Aquela igreja cristã estava sendo pressionada por muitos poderes com o objectivo de destruí-la. Era uma caminhada muito difícil, mas os cristãos não tinham outra alternativa senão continuar seguindo ao Senhor Jesus, persistindo e permanecendo alegres, olhando para o futuro, apesar das grandes ameaças. Estavam sendo desafiados a perseverar, com esperança real e concreta, no meio de uma sociedade corrompida, até que recebessem o prémio reservado somente aos fiéis, que não param na caminhada da vida cristã.

Como são felizes os que em ti encontram sua força, e os que são peregrinos de coração! (Sl 84, 5)

Quando João escreveu o livro de Apocalipse, Esmirna era uma cidade muito importante na Ásia Menor. Situada a pouca distância de Éfeso, era muito rica e linda, e por isso chamada de "Glória da Ásia". Existiam ali vários templos pagãos. Os cristãos estavam rodeados de adoração pagã, pressionados pelo comércio exagerado e coagidos a adorar o imperador romano. A lei conhecida como Pax Romana exigia que todos os cidadãos do Império se curvassem diante de sua imagem. Esmirna foi a primeira cidade a obedecer a essa lei. Nessa situação a igreja recebe esta carta de Jesus, com uma mensagem encorajadora. Jesus lhe diz saber como ela vivia numa sociedade que amaldiçoava os que criam num Deus vivo e verdadeiro. Se ela perseverasse, contudo, receberia a coroa da vida.

Podemos fazer um paralelo entre a situação da cidade de Esmirna e a de nossos dias. Vivemos numa sociedade corrompida. Os templos aos deuses pagãos estão nas passeatas, no consumismo exagerado e até mesmo dentro de nossas casas. A mensagem dirigida aos cristãos pelo Espírito orienta -os a perseverar sem curvar -se diante desses deuses.

Fidelidade é a resposta que Deus pede à sua oferta de vida eterna por meio de Jesus.

Fonte: Pão Diário
Imagem: Internet

domingo, 30 de setembro de 2018

Basta um Diploma?


Uma história que nos pode ajudar a em relação aos sacramentos que vamos recebendo, se bastará apenas ter frequentado a catequese, a preparação para o sacramento e ter estado presente nessa celebração... eis a história:

Suponhamos que em certo lugar, para poupar dinheiro e esforço, as autoridades dissessem: “Doravante, já não terá escola nem professores, nem nada. Mas continuaremos a conferir diplomas, se pagarem uma certa quantia: tanto para um diploma da sexta classe, tanto para um diploma da secundária, tanto para um do ensino médio, etc. 

A mesma coisa se se pretender um diploma de médico, advogado, engenheiro… Não é preciso qualquer preparação. Basta pagar uma certa quantia para receber o diploma”.
Pois bem, o que aconteceria? Que muitas pessoas tinham um diploma, sem saberem nada. Um manicómio: professores que não sabiam ler, motoristas que não sabiam conduzir um autocarro, arquitectos que não sabiam nada de construção, médicos que não sabiam nada de medicina, etc.

E é precisamente o que agora está a acontecer com muitos católicos: baptizados, crismados, casados pela Igreja… sem qualquer conhecimento nem vivência cristã. Verdadeiros pagãos, disfarçados de cristãos. Um mero diploma e nada mais.

Esta história termina com duas perguntas que são e as opções de resposta são sim ou não:

Queres ter unicamente o título de católico, sem sê-lo de verdade?
 
Ou queres ser um verdadeiro católico, autêntico discípulo de Cristo?

Fonte: Vem Espírito Santo - Pe. Flaviano Amatulli Valente, fmap
Imagem: Internet

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Manué

LEITURA BÍBLICA: 
Houve um homem de Sorá, da tribo de Dan, cujo nome era Manué; sua esposa era estéril, não tinha ainda concebido filhos. O anjo do Senhor apareceu a esta mulher e disse-lhe: «Já viste que és estéril e ainda não deste à luz; mas vais conceber e dar à luz um filho. Doravante abstém-te, não bebas vinho nem qualquer bebida alcoólica; não comas nada impuro, porque vais conceber e dar à luz um filho. A navalha não há-de tocar a sua cabeça, pois o menino vai ser consagrado a Deus desde o seio materno; ele mesmo vai começar a salvar Israel das mãos dos filisteus.» A mulher voltou e disse ao marido: «Um homem de Deus veio ter comigo; o seu aspecto era semelhante ao de um anjo do Senhor e temível. Não lhe perguntei de onde ele era, nem ele me revelou o seu nome. Disse-me ele: ‘Eis que vais conceber e dar à luz um filho; doravante não bebas vinho nem bebida alcoólica; não comas nada de impuro, pois esse jovem será consagrado ao Senhor desde o seio materno até ao dia da sua morte.’» Então, Manué suplicou ao Senhor, dizendo: «Por favor, Senhor! Que o homem de Deus que mandaste, venha outra vez até nós e nos ensine como havemos de fazer com o menino, quando ele tiver nascido.» Deus ouviu a voz de Manué; o anjo do Senhor veio ter novamente com a mulher; estava sentada no campo, e Manué, seu marido, não estava com ela. A mulher correu a comunicar ao marido, dizendo: «Eis que o homem que veio ter comigo voltou a aparecer-me.»
Manué levantou-se, foi atrás da sua mulher, dirigiu-se ao homem e perguntou: «És tu o homem que falou a esta mulher?» E ele respondeu: «Sou eu mesmo.»
Manué disse-lhe: «Então, uma vez que a tua palavra se vai realizar, que regras se devem seguir com o menino? Que tem ele de fazer?»
O anjo do Senhor disse a Manué: «De tudo quanto Eu mencionei a esta mulher, ela há-de abster-se. Que não coma de nada do que provém do fruto da vinha; não beberá vinho nem bebida alcoólica; não comerá nada impuro e deverá observar tudo quanto lhe ordenei.»
Então, Manué disse ao anjo do Senhor: «Por favor! Fica um pouco connosco, para te oferecermos um cabrito!»
O anjo do Senhor disse a Manué: «Ainda que me retivesses aqui, Eu não iria comer do teu pão; mas, se quiseres oferecer um holocausto, oferece-o ao Senhor!» É que Manué não sabia que ele era o anjo do Senhor. Então, Manué disse ao anjo do Senhor: «Qual é o teu nome? Pois queremos prestar-te homenagem, quando se realizarem as tuas palavras.» E o anjo do Senhor disse-lhe: «Por que razão mo perguntas? O meu nome é misterioso!» Então, tomou Manué o cabrito com a oferenda e ofereceu-o sobre a rocha ao Senhor, que faz coisas misteriosas. Manué e sua mulher observavam. Ora enquanto a chama subia do altar para o céu, subia também na chama do altar o anjo do Senhor; ao verem isto, Manué e sua mulher caíram com a face por terra. O anjo do Senhor não voltou a aparecer a Manué nem à sua mulher; foi então que Manué reconheceu que era o anjo do Senhor." 
(Juízes 13, 2-21)

MEDITAÇÃO
O temor do Senhor é o princípio da sabedoria e a inteligência é a ciência dos santos. (Pv 9, 10).
Ao que tudo indica, este Manué de quem nós acabámos de ler, não era nada especial. Pelo jeito, um homem comum, como eu e talvez você também. A razão por que ainda hoje, após mais de 3.000 anos, se fala dele é seu filho: o famoso Sansão. No entanto, fico pensando se Manué não merece mais a lembrança que seu fantástico filho, um indivíduo de caráter bastante duvidoso. 
Manué parece antes um anti-herói. Assustado, inseguro, um pouco atrapalhado, bem como certa pessoa que conheço melhor que ninguém. Por isso ele é tão simpático para mim e me faz bem perceber que posso tomá-lo como bom exemplo – isso sugere que também ainda tenho chance. A primeira qualidade que noto nele é o respeito pela esposa. Os dois conversam, e ele leva a sério o que ela diz. Não é tão óbvio assim – afinal, o que ela contou era bem estranho. Depois, ele mostra prudência diante daquilo. Ele tanto poderia ter desprezado aquela "conversa boba" como poderia ter-se impressionado demais e deixado todo o resto por conta da mulher – mas ele procura certificar-se. Para isso, faz o melhor possível: vai falar com Deus, que, segundo disse sua mulher, respondia por aquele episódio. 
Eis aí a melhor lição que quero aprender dele: não só ir direto à fonte, o que já é muito bom, mas à Fonte de todas as fontes: ao próprio Criador, seguindo também a recomendação do versículo em destaque. Quando Deus atendeu à sua oração, Manué – de novo junto com a esposa – tratou com zelo de fazer o melhor ao seu alcance. A forma como ele interage com o Anjo do Senhor é um tanto ingénua, mas de que outra forma ele poderia se comportar? Com arrogância, talvez? Não tem faltado quem assim faça – tolamente. Não é sem motivo que Jesus prometeu o reino de Deus a quem for como uma criança (Mt 19,14)... 
Entre o truculento Sansão e seu ingénuo pai, já sei quem prefiro. Concorda comigo? 

Sensato, prudente, humilde e temente a Deus. Manué, obrigado pelo exemplo!

Fonte: Pão Diário
Imagem: Internet