quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Precisamos de Santos



"Precisamos de Santos sem véu ou batina.
Precisamos de Santos de calças de ganga e sapatilhas.
Precisamos de Santos que vão ao cinema,
ouvem música e passeiam com os amigos.
Precisamos de Santos que colocam Deus em
primeiro lugar, mas que também se ‘esforcem’ na faculdade.

Precisamos de Santos que tenham tempo para rezar
e que saibam namorar na pureza
e castidade, ou que se consagrem na sua castidade.

Precisamos de Santos modernos, Santos do século
XXI, com uma espiritualidade inserida no nosso tempo.

Precisamos de Santos comprometidos com os pobres e
as necessárias mudanças sociais.
Precisamos de Santos que vivam no mundo, se santifiquem
no mundo, que não tenham medo de viver no mundo.

Precisamos de Santos que bebam coca-cola e comam hot-dogs,
que usem jeans, que sejam internautas, que usem walkman.
Precisamos de Santos que gostem de cinema, de teatro,
de música, de dança, de desporto.
Precisamos de Santos que amem apaixonadamente a Eucaristia
 e que não tenham vergonha de tomar um ‘copo’
ou comer uma pizza no fim-de-semana com os amigos.
Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, amigos,
alegres e companheiros.

Precisamos de Santos que estejam no mundo;
e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo,
mas que não sejam mundanos."

(Papa João Paulo II)

Faz-te ao largo...


Caros leitores deste blog, li este artigo da revista Boa Nova - actualidade missionária, e achei oportuno partilhar esse conteúdo convosco... 

Quando os pescadores se lançam ao mar, nunca têm a certeza do regresso. Cortar as amarras significa, para eles, deixar a terra, a família, os amigos, deixar tudo... só para estar no mar e pescar. 
A Igreja é um barco: só está no seu lugar se está no mar. Os pescadores somos nós, os cristãos. Se ficamos em terra, em terra fica a Igreja, e ficamos nós sem peixe e sem horizonte.
Para a Igreja ser Igreja, para os cristãos serem cristãos, temos todos de cortar as amarras e sair para o mar. Contentarmo-nos com uma pastoral caseirinha, circunscrita a um pequeno território (diocese ou paróquia), sem tentar o alto mar de tantos milhões e milhões de irmãos que podem entrar no barco da Igreja e, aí, partilharem connosco a beleza da Fé é deixar apagar a nossa, é deixar estiolar a herança recebida dos que se deram ao anúncio de Cristo, por nossa causa.
Todos o sabemos: a Igreja ou é missionária ou deixa de ser Igreja. Mas como se torna difícil "deixar tudo e seguir Jesus"!
Mas felizmente, existem missionários, ainda que sejam um número muitíssimo reduzido para as necessidades da pesca; padres, irmãs, leigos, leigas, que nome de Cristo, lá estão, como sinal e apelo a uma Igreja que não quer perder a sua identidade da Igreja de Cristo.
Este saber perder, dando, é a fórmula mais certeira para acender o fogo da nova evangelização nos territórios de longa tradição cristã, mas já maioritariamente apenas e só a tocar na fímbria do manto da fé e da vivência comunitária.
A renovação vem sempre da missão. Aqui, partir é chegar; dar é receber; cortar as amarras é virar lota cheia.
A missionariedade das dioceses e das paróquias que se voltam para os irmãos, de perto ou de longe, que ainda não conhecem Cristo e deixam partir os seus padres, leigos, irmãs até ficarem elas próprias em escassez de pessoal para atender à manutenção pastoral, tarde ou cedo, rebentarão de pujança e de testemunho cristãos.
O mar alto sempre chega à praia.
Nem é preciso acreditar; basta ir e... ver.

(Artur de Matos, in Boa Nova)