quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
O Pão de Cristo
Depois de meses sem encontrar trabalho, viu-se forçado a recorrer à mendicidade para sobreviver, o que o entristecia e envergonhava muito. Numa tarde fria de inverno, encontrava-se nas imediações de um restaurante de luxo, quando viu chegar um casal.
Vítor pediu-lhe algumas moedas para poder comprar algo para comer.
- Não tenho trocos - foi a resposta seca.
A mulher, ouvindo a resposta do marido, perguntou:
- Que queria o pobre do homem?
- Dinheiro para comer. Disse que tinha fome - respondeu o marido encolhendo os ombros.
- Lourenço, não podemos entrar e comer comida farta de que não necessitamos e deixar um homem faminto aqui fora!
- Hoje em dia há um mendigo em cada esquina! Aposto que ele quer é dinheiro para beber!
- Mas eu tenho uns trocos comigo. Vou dar-lhe alguma coisa!
Mesmo de costas para eles, Vítor ouviu tudo o que diziam. Envergonhado, queria afastar-se e fugir daquele local, mas a voz amável da mulher reteve-o:
- Aqui tem qualquer coisa. Consiga algo de comer, e, ainda que a situação esteja difícil, não perca a esperança: há-de haver, nalgum lugar um trabalho para si. Faço votos para que o encontre.
- Muito obrigado, minha senhora. A senhora ajuda-me a recobrar o ânimo! Nunca esquecerei a sua gentileza.
- Você vai comer o Pão de Cristo! Partilhe-o! - acrescentou ela com um largo sorriso, dirigido mais ao marido do que ao mendigo. Vítor sentiu como se uma descarga elétrica lhe percorresse o corpo.
Foi a um lugar barato para comer um pouco. Gastou só metade do que tinha recebido e resolveu guardar o restante para o dia seguinte, comeria do 'Pão de Cristo', dois dias.
Mas uma vez mais sentiu aquela descarga elétrica a percorrer-lhe o corpo: O PÃO DE CRISTO!
"Um momento! - pensou - Eu não posso guardar o 'Pão de Cristo' só para mim".
Parecia-lhe como que escutar o eco de um hino antigo que tinha aprendido em criança. Naquele momento, passava um velhote ao seu lado.
- Quem sabe, se este pobre homem não terá fome também - pensou - Tenho de partilhar o 'Pão de Cristo'.
- Ouça - chamou Vítor - Quer entrar e comer uma comidinha quentinha?
O velho voltou-se e encarou-o de olhar incrédulo.
- Está a falar sério, amigo? O homem não acreditava em tanta sorte, até estar sentado à mesa coberta com uma toalha e com um belo prato de comida quente à frente. Durante a refeição, Vítor reparou que o homem envolveu um pedaço de pão num guardanapo de papel.
- Está a guardar um pouco para amanhã? - Perguntou.
- Não, não. É que conheço um miúdo da rua e que tem passado mal ultimamente. Estava a chorar com fome, quando o deixei. Vou levar-lhe este pão.
- O Pão de Cristo! - Recordou novamente as palavras da senhora e teve a estranha sensação de que havia um terceiro convidado sentado naquela mesa. Ao longe, os sinos da igreja pareciam entoar o velho hino que antes lhe tinha ressoado na cabeça. Os dois homens foram levar o pão ao menino faminto que o começou a devorar com alegria. Subitamente, deteve-se e chamou um cãozinho, um cachorrinho pequeno e assustado.
- Toma lá. Metade é para ti - disse o menino. O Pão de Cristo também chegará para ti. O catraio tinha mudado de semblante. Pôs-se de pé e começou a correr com alegria.
- Até logo! - disse Vítor ao velho - Nalgum lugar encontrará emprego. Não desespere! Sabe? - sussurrou - Isto que comemos é o Pão de Cristo. Foi uma senhora que me disse quando me deu aquelas moedas para o comprar. O futuro só nos poderá trazer algo de muito bom! Enquanto se afastava, Vitor reparou melhor no cachorrinho, que lhe farejava as pernas. Abaixou-se para o acariciar, quando descobriu que ele tinha uma coleira onde estava gravado o nome e o endereço do dono.
Vítor pegou nele e caminhou um bom bocado até à casa dos donos do cão, e bateu à porta. Ao ver que o seu cãozinho tinha sido encontrado, o homem primeiro ficou todo contente; depois, tornou-se mais sério, pensando que se calhar o teriam roubado; mas, encarando a cara séria de Vítor e vendo no seu rosto um ar de dignidade, disse então:
- Pus um anúncio no jornal oferecendo uma recompensa a quem encontrasse o cão. Tome!
Vítor olhou o dinheiro, meio espantado, e disse:
- Não posso aceitar. Eu apenas queria fazer bem ao animal.
- Aceite! Para mim, o que você fez vale muito mais que isto! E olhe, se precisar de emprego, vá amanhã ao meu escritório. Faz-me falta, ao pé de mim, uma pessoa íntegra assim. Vítor, ao voltar pela avenida, como que volta a ouvir aquele hino que recordava a sua infância e que lhe ressoava no espírito. Chamava-se:
'REPARTE O PÃO DA VIDA'.
NÃO TE CANSES DE DAR, MAS NÃO DÊS SOBRAS,
DÁ COM O CORAÇÃO, MESMO QUE DOA.
QUE O SENHOR NOS CONCEDA A GRAÇA
DE TOMAR A NOSSA CRUZ E SEGUI-LO,
MESMO QUE DOA!
Uma história que pode ser verídica ou não, mas que ajuda a repartir e a refletir. Seria bom se puséssemos em prática esta história e que Deus nos abençoe sempre:
"Jesus: Senhor, eu amo-Te muito, e necessito de Ti sempre: estás no mais profundo do meu coração. Abençoa, com o Teu carinho, a minha família, a minha casa, o meu emprego, os meus bens, os
meus sonhos, os meus projetos, os meus amigos e os leitores deste blog. Ámen!"
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