Todos os dias, um homem olhava pela janela e via a mesma coisa: um jardim, uma árvore e o portão de sua casa. Não importava se o homem estava triste ou alegre, cansado ou não, se era de dia ou de noite - o jardim, a árvore e o portão de sua casa, sempre estavam lá. Um dia, porém, ele viu que uma flor, finalmente, havia desabrochado. Ficou tão feliz que a colheu e pensou em colocá-la num vaso. Entretanto, pareceu-lhe que a flor não ficava bem naquele vaso. Experimentou outro, e outro, e outro. Por fim, viu no canto da casa, sobre uma mesa, um vaso muito fino e delicado. Ah... com certeza, ali a flor ficaria muito bem!
Assim que a colocou ali, distanciou-se um pouco para ter uma visão melhor. Só então percebeu que, acima da mesinha com o vaso, havia um crucifixo. Aquilo realmente tocou muito o seu coração. Ele, que passou tanto tempo olhando pela janela, vendo sempre as mesmas coisas, nunca tinha percebido que havia, naquela parede, um crucifixo! Lentamente, os seus olhos percorreram aquela imagem do Cristo Crucificado. Lembrou-se de alguns ensinamentos que tinha recebido, quando ainda pequeno, da mãe e da avó, e também de algumas aulas da catequese. De fato, ele tinha-se distanciado muito de Cristo. Tanto, que a cruz sempre esteve ali e ele nem se tinha apercebido. Após muitos anos distante de Deus, ele nem se lembrava como se rezava. Mas, não havia problema. Ele sabia que Deus escuta sempre as preces feitas com amor, mesmo as que vêm do maior dos pecadores. Humildemente, ajoelhou diante da cruz e pediu perdão pelos seus pecados, pela sua distância, por tudo o que ele não tinha feito de bom. Suavemente, a flor abriu-se e um perfume suave tomou conta daquele espaço. Para aquele homem, isto foi como uma resposta. Jesus sempre esteve ali, tão perto... e ele manteve-se tão distante! Jesus sempre o cercou de amor, e ele nunca deu resposta alguma. Daquele dia em diante, nunca mais a sua vida foi a mesma. Em vez de passar os dias olhando pela janela, passou a prestar atenção à mensagem da cruz. O seu jardim encheu-se de flores, numa primavera constante. E seu coração também floresceu, como aquele jardim. Encheu-se, o seu coração, do amor de Jesus. A árvore parecia mais firme, como a sua fé. Ele sentia mais força para superar as dores da solidão. O portão, que ficava sempre fechado, hoje permanece aberto para quem precisa de uma palavra de esperança. E o reflexo do seu coração, que também se abriu para o amor. Há quem passe a vida inteira, olhando a vida pela janela de sua casa. Não vê a flor à sua frente. Não percebe o amor à sua volta. Não vê Cristo. Entretanto, em tudo, e, em todos os momentos, Ele faz-nos, constantemente, um convite à santidade. São as Suas palavras que sopram, como brisa, aos nossos ouvidos, fazendo-nos um amoroso convite: "Vem e segue-Me."
"Ao sair de Jericó, uma grande multidão O seguia. Dois cegos, sentados à beira do caminho, ouvindo dizer que Jesus passava, começaram a gritar: "Senhor, Filho de David, tem piedade de nós!". A multidão, porém, repreendia-os para que se calassem. Mas eles gritavam ainda mais alto: "Senhor, Filho de David, tem piedade de nós!". Jesus parou, chamou-os e perguntou-lhes: "Que quereis que vos faça?". "Senhor, que os nossos olhos se abram!". Jesus, cheio de compaixão, tocou-lhes os olhos. Instantaneamente recobraram a vista e O seguiram." (Mateus 20, 29-34)
Fonte: Grão de Trigo, de Miriam de Fátima Pinto de Oliveira
Imagem: Internet
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