Estamos
no mês de Maio, e sendo dedicado o mês de Maio a Maria, resolvi publicar neste
blog um artigo (que li por acaso), que me marcou de forma particular…
Os
créditos e a fonte deste texto estão no final do mesmo.
"A sugestão que me foi dada
para o número de Maio, como não poderia deixar de ser, foi Maria.
A tarefa, que ao início me pareceu banal, tornou-se um desafio
que me confrontou com o meu próprio desconhecimento da Mãe de Jesus, com quem
desde muito cedo convivo,
porém encontrar um fio, uma ideia para uma reflexão, tornou-se num trabalho de
Hércules. Evocar a figura e o percurso de vida seria uma possibilidade, mas
descobri que pouco sei sobre Ela. Louvar a sua santidade seria outra
possibilidade, mas de tão óbvia acabaria por traçar um caminho alheio ao nosso
quotidiano, sem tirar proveito da força e inspiração que o seu percurso de vida
é para nós, hoje.
Postas de lado estas possibilidades,
apareceu-me uma entrevista do jornalista Luís Osório a D. José Policarpo, em
que este o questionava se reconheceria Jesus Cristo se este viesse de novo à
terra.
Encontrei neste desafio o
ponto de partida para colocar a mesma pergunta, mas sobre Maria. Não me refiro
às aparições, refiro-me antes à vida de Maria enquanto mulher igual a nós, como
o foi há dois mil anos.
Reconheceríamos os traços do
seu ser e do seu estar, serviria a sua vida de espelho, não apenas porque reflectisse
a realidade, mas porque apontaria soluções para os desafios que se nos colocam
num mundo cada vez mais materialista em que o apelo à adesão de ideias
prefabricadas nos entra pela casa dentro à distância de um clique?
Em suma, quem é Maria para
que se possa reconhecer? Cada um encontrará de certo a sua resposta. Para mim,
Maria é a Porta, o limiar entre o sagrado e o humano, entre o Céu e a Terra,
entre o temporal e o espiritual. Foi através dela que Cristo veio ao nosso
encontro. Ela é aquela que se abriu incondicionalmente aos desígnios de um Deus
desconhecido, que se vai revelando ao longo da sua própria vida, e que ela
acompanha como todas as mães o fazem aos seus filhos. Maria
elevou a maternidade, sublinhou o milagre da sua vida simultaneamente material
e espiritual, aceitando aquele filho designado para uma missão que ela partilhou,
que foi parte integrante da sua vida na terra, e, no entanto, Maria revela-se
dona de uma vida e vontade próprias. A lição da sua vida, e da sua
família está na oferta livre e afectuosa de cada um dos seus membros, na
capacidade de gerar laços, mesmo que improváveis, e de suportar o seu peso, na
dedicação ao outro, não como uma negação de felicidade procurada e da liberdade
que se quer sem impedimentos, mas como um caminho para a realização, para o
reconhecimento que tem a forma de um dom, aquele que realmente alimenta e
satisfaz o coração.
Perante o empobrecimento da
densidade humana da ordem dos afectos, que hoje é aceite colectivamente, em que
os laços fortes que se configuram na dedicação ao outro, na responsabilidade
diante da sua grandeza e/ou fraqueza, na fidelidade ao compromisso assumido são
considerados um peso demasiado grande a pagar, Maria
continua, com a sua própria experiência humana e espiritual, a ser uma Porta
aberta para um maior conhecimento do amor aos outros."
Texto: Isabel Galamba de
Castro
Fonte: Missões Franciscanas
(Maio 2012)
Imagens: Internet
Imagens: Internet
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