Estamos
no mês de Maio, e sendo dedicado o mês de Maio a Maria, resolvi publicar neste
blog um artigo (que li por acaso), que me marcou de forma particular…
Os
créditos e a fonte deste texto estão no final do mesmo.
“Ainda no rescaldo da paixão
e morte de Cristo, penso na atitude da sua Mãe. Maria estava junto… num porte
de dignidade, numa atitude de pobreza, abandono e esperança. Pareceu-me durante
esta última sexta-feira santa que a Mãe teria experimentado um novo sentir,
ímpar e misterioso, de uma tristeza, confiança e rasgar de coração, nunca até
aí imaginados. O momento da morte e entrega do seu Filho foi radical, foi
talvez a sua experiência máxima de abandono total, de um mergulho até ao desprendimento supremo. Maria terá começado a viver, a partir da morte do seu
Filho, uma dimensão diferente de humanidade, quase que já eterna.
Como foi, Mãe? Que mortes interiores tivestes de
abraçar?! Quantos degraus desceste em dor para seres cada vez mais só de Deus?
Este dar moldado na
esperança, este virar de página inimaginável, trouxeram-te para um recanto de
intimidade com cada um de nós. Parece que, de alguma forma, quase que paraste
no tempo ainda em vida.
Iniciaste “ali” uma vida terrena já polvilhada de eternidade. E assim
vivias um mistério de eternidade que te tornava em Mãe da humanidade. Dei assim comigo a fazer-te
a primeira testemunha da Ressurreição no momento da morte do teu Filho. E o que
experimentavas não tinha respostas humanas nem foi isso ponto de reflexão para
ti. Pois tu, simplesmente, estavas.
Este estar, Mãe, parece
desafiar o nosso existir no quotidiano. Parece pôr em causa a nossa lógica das
coordenadas que se dominam, de tempo e espaço. Mas deve ser por aqui o caminho,
querida Mãe.
Queres segurar a
minha mão, e ensinar-me? Quero aprender contigo o que é estar, quero arriscar
os abandonos, as mortes até maior pobreza e verdade. Quero ser mais livre em
cada centímetro do espaço que ocupo. Ensina-me Mãe…
estou à procura de
ti com o meu olhar.
E já sinto que me estás a
abraçar.”
Texto: Madalena Abreu
Fonte: Missões Franciscanas
(Maio 2012)
Imagens: Internet
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