sexta-feira, 29 de maio de 2015

Sede de Sabedoria


"Todos os que ouviram se admiravam do que lhes diziam os pastores. Quanto a Maria, conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração." (Lucas 2, 18-19)

A Igreja venera Maria como "Trono de Sabedoria": "És feliz, Santa Maria, Virgem sábia, que mereceste levar em teu seio a Palavra da verdade; és ditosa, Virgem prudente, que escolheste a melhor parte", canta uma antífona da liturgia.
Maria é Mãe e discípula da Sabedoria do Pai. São Bruno de Asti, comentando o Evangelho de Lucas, escreve: "Oh a Mãe sapientíssima, única digna de um tal Filho, meditava todas estas palavras em seu coração e as guardava, para nós, para que depois, ensinando-as, narrando-as e anunciando-as, fossem escritas, proclamadas e anunciadas em todo o mundo e a todas as nações".
O sábio é aquele que julga retamente as coisas divinas. A sabedoria humana adquire-se, normalmente, pelo estudo. Mas também existe a sabedoria como dom do Espírito Santo; um saber acerca de Deus que nasce, como explica São Tomás de Aquino, da interioridade com Ele. Este dom provém da caridade, que nos une a Deus. Na Virgem vemos reflectida esta sabedoria que mana da experiência de Deus, da intimidade com Ele.
Também nós, como Adão e Eva, sentimos a tentação de comer o fruto da árvore da ciência para sermos como deuses, conhecedores do bem e do mal (Cf. Génesis 3, 5). Porém, isso é, uma ilusão, um querer o impossível. O saber que orienta para a vida vem-nos de Deus e, se O procuramos, encontramo-l'O, como O encontraram os pastores de Belém e os Reis Magos. Estes "viram o Messias com Maria, sua Mãe. E prostrando-se, adoraram-n'O" (Cf. Mateus 2, 11). A adoração é a "melhor parte", a verdadeira escola da sabedoria, a fonte da experiência autêntica; o espaço onde se abre o caminho da prudência e da vida.

Texto retirado do livro: 31 dias com Maria, de Guillermo Juan Morado
Imagem: Internet

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