«Digo-vos, porém, a vós que me escutais: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos amaldiçoam, rezai pelos que vos caluniam. A quem te bater numa das faces, oferece-lhe também a outra; e a quem te levar a capa, não impeças de levar também a túnica. Dá a todo aquele que te pede e, a quem se apoderar do que é teu, não lho reclames. O que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lho vós também.»
(Lucas 6, 27-31)
"Ame cada um o seu próximo como a si mesmo". Conhecemos este mandamento desde o Antigo Testamento (Lv 19,18), reafirmado várias vezes no Novo (Mc 12,31; Lc 10,27; Gl 5,14; etc.). E como é difícil levar às últimas consequências esta ordem divina. Em palavras bem simples, significa que tudo aquilo que eu estaria disposto a fazer por mim mesmo, estaria disposto também a fazer pelas pessoas que estão ao meu redor. Com certeza não é uma tarefa fácil, mas certamente é possível, pois de outra forma não nos seria ordenada.
Entretanto, Jesus muitas vezes radicaliza os mandamentos ainda mais. O mandamento do amor é um desses exemplos. Mateus regista uma pergunta muito direta de Jesus: "Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa vocês receberão? Até os publicanos fazem isso!" (Mt 5,46). Embora tenhamos grandes dificuldades de amar o nosso próximo, parece que Jesus está dizendo: "Isso qualquer um consegue fazer!" Uma pessoa transformada por Cristo precisa ir mais longe. Jesus afirma então que um participante do Reino de Deus precisa também "amar os seus inimigos, fazer o bem aos que o odeiam, abençoar os que o amaldiçoam e orar pelos que o perseguem" (Lc 6, 27-28). Se amar o próximo já era difícil, fazer isso com o inimigo parece impossível. Como alguém conseguiria olhar com compaixão para alguém que está lhe fazendo o mal? Como fazer o bem a alguém que me odeia? Orar por alguém que me persegue? Mesmo que pareça impossível, foi exatamente o que Jesus fez com os que o negaram, o maltrataram e o crucificaram. Ele os amou até o fim.
Mas talvez você diga que o caso de Jesus não vale, pois ele, embora sendo humano, também é Deus. Humanamente falando, amar o inimigo parece impossível. Será? Leia então a história de Estêvão, em Atos 7, e veja como a ordem dada por Jesus sobre amar o inimigo pode ser cumprida com a graça de Deus sobre a nossa vida.
Amar apenas quem nos ama é fácil. Mas é preciso ir além.
Fonte: Pão Diário
Imagem: Internet
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