sábado, 11 de fevereiro de 2012


O Tempo é breve

Os filósofos romanos advertiam: “Tempus fugit”, lembrando-nos de que precisamos agir depressa porque o tempo não espera. Expressa a mesma ideia a canção que diz: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.

Em Jesus, o tempo chegou a sua plenitude e então celebramos, em comunidade, a proximidade do Reino que se manifesta nas acções de Jesus e em nosso compromisso com a transformação da sociedade.

A celebração da Santíssima Eucaristia é um espaço que Deus nos concede para a conversão. Não somos mais santos do que os outros pelo facto de nos reunirmos para celebrar. Fora de nossas igrejas pode haver gente que crê mais do que nós no Deus vivo e verdadeiro, e mais do que nós colabora com Ele por meio do inconformismo profético.

O apóstolo Paulo nos ajuda a discernir o momento presente. Para quem crê em Jesus, o Reino é o valor absoluto e insubstituível, mesmo que não estejamos vivendo momentos de expectativa em torno do fim do mundo.

O programa de Jesus consta de três momentos. Em primeiro lugar, Ele anuncia que “o tempo já se cumpriu”. A espera da libertação chegou ao fim. Deus está presente em Jesus, actuando em seu projecto de liberdade e vida.

Em segundo lugar, Jesus anuncia que “o Reino de Deus está próximo”. Deus tomou a decisão de reinar. Por que o Reino de Deus está próximo? Porque a realeza de Deus vai tomando corpo através dos actos libertadores que Jesus realiza ao longo do Evangelho. Está sempre próximo também mediante a prática de seus discípulos, aos quais confiou a continuação daquilo que anunciou e fez. O Reino é uma realidade dinâmica.
Refazendo a prática de Jesus no tempo, as pessoas e as comunidades vão abrindo espaço para que o Reino se torne realidade.

Em terceiro lugar, Jesus disse: ”Convertam-se e creiam no Evangelho!” Conversão é sinónimo de adesão à prática de Jesus. A libertação esperada, o céu rasgado, de nada adiantariam, se as pessoas que anseiam pela libertação continuassem amarradas aos esquemas que mantêm uma sociedade desigual e discriminadora. O Evangelho de Marcos é apenas o início da Boa Notícia da libertação trazida por Jesus. Ela se tornará realidade mediante o compromisso das pessoas e comunidades que dizem um generoso Sim ao Mestre.

Padre Wagner Augusto Portugal

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