Leitura Bíblica
"Então, os fariseus e os saduceus aproximaram-se dele; e, para o tentarem, pediram-lhe que lhes fizesse ver um sinal do Céu. Ele respondeu-lhes: «Ao entardecer, vós dizeis: ‘Vamos ter bom tempo, pois o céu está avermelhado’; e, de manhã cedo, dizeis: ‘Hoje temos tempestade, pois o céu está de um vermelho sombrio.’ Como se vê, sabeis interpretar o aspecto do céu; mas, quanto aos sinais dos tempos, não sois capazes de os interpretar! Esta geração má e adúltera exige um sinal! Mas sinal algum lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas.» E, deixando-os lá, afastou-se." (Mt 16, 1-4)
Comentário
Deus continua a falar ao homem de hoje. Este deve esforçar-se por ouvir a Sua voz. Fala-nos de duas maneiras principais: através da Bíblia e através da vida.
Na Bíblia, encontramos a experiência de um Povo e o modo como Deus se lhe foi manifestando progressivamente, através dos séculos, conduzindo-o, com admirável paciência, pelos caminhos da salvação, até chegar a Cristo, luz das nações (cf Jo 8, 12; Lc 2, 32; DV 14-16).
Na vida, sobretudo nos anelos do homem do nosso tempo, encontramos a manifestação da vontade divina para o momento actual.
Tempos de saber interpretar os «sinais dos tempos» (Mt 16, 1-4).
Nossa Senhora não encontrou a Palavra de Deus exclusivamente na Bíblia. Descobriu-a também na vida. É o que nos diz S. Lucas: «Maria conservava todas estas coisas, meditando-as no seu coração» (Lc 2, 19). Os acontecimentos de Nazaré e de Belém trazia-os a Senhora bem gravados na mente e reflectia assiduamente neles.
Para Maria, a Bíblia era o Antigo Testamento, pois o Novo ainda não estava escrito. A Senhora estava a vivê-lo. Era até um dos seus mais destacados personagens. Pois Maria ia refletindo no que lhe acontecia, procurando no Antigo Testamento - a Bíblia do seu tempo - o significado da sua vida.
Também nós temos de proceder como a Senhora. Não basta ler a Escritura Sagrada. É preciso ler também a vida e comparar os acontecimentos com a Palavra de Deus.
O Senhor, com efeito, fala-nos por dois canais: a Bíblia e a vida. Temos de estar atentos a ambos. Não basta saber que, no tempo de Cristo e da Senhora, foi "assim ou assado".
É necessário descobrir como Deus quer que seja hoje. Não podemos falar ao homem do século XXI como o autor bíblico falava ao homem do seu tempo. É preciso traduzir o Evangelho para a linguagem e as necessidades actuais. Para isso, teremos numa mão a Bíblia, que nos diz o estilo da actuação de Deus, e na outra o jornal, que nos mostra a vida dos homens e os seus anseios universais, expressão da vontade actual do Pai Celeste. Por isso, mais que nunca, a Igreja, como Maria outrora, deve estar atenta à vida dos homens. Este seu programa traçou-o ela na Constituição conciliar «Gaudium et Spes».
Texto estraído do livro: Mês de Maria pela Bíblia, da Difusora Bíblica
Imagem: Internet
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