sábado, 12 de maio de 2018

Lucernário Mariano

Leitura Bíblica
"De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no Filho Unigénito de Deus. E a condenação está nisto: a Luz veio ao mundo, e os homens preferiram as trevas à Luz, porque as suas obras eram más. De facto, quem pratica o mal odeia a Luz e não se aproxima da Luz para que as suas acções não sejam desmascaradas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da Luz, de modo a tornar-se claro que os seus actos são feitos segundo Deus.»" 
(Jo 3, 17-21)

Comentário
É um facto. O nosso povo gosta de acender velas ou lâmpadas, nos altares, nas alminhas, nos nichos e noutros lugares sagrados. Esta tendência pode, evidentemente, ter os seus exageros. Já o metropolita de Braga, S. Martinho de Dume, se queixava, no seu tempo, dos cristãos que acendiam lâmpadas e fogueiras nas encruzilhadas dos caminhos e noutros lugares supersticiosos. Porém, uma coisa boa em si, não se torna má, nem deve ser proibida só porque há o perigo de alguém poder abusar dela. Só o totalitarismo é que acaba com o uso para evitar o abuso. Mas uma situação normal fomenta o uso e combate o abuso. 
O costume de acender velas responde a uma das grandes dimensões da psicologia humana: o significado da luz. Imaginemos o que seria este mundo sem sol e descobriremos o valor da luz. Sem o sol não teríamos vida, nem cores, nem calor. Por isso, a luz é muito apta para exprimir o mistério de Deus: «Deus é luz e n'Ele não há trevas» (1 Jo 1, 5).

As velas não são para alumiar a Deus, nem a Nossa Senhora, nem aos santos. A Liturgia da Igreja usa-as com um significado muito mais profundo. Na noite da Páscoa, acendemos o Círio Pascal, manifestação de Cristo Ressuscitado. No baptismo, seguramos nas mãos uma vela acendida no Círio Pascal, para exprimir a nossa adesão a Cristo e a nossa esperança na ressurreição. 
Quando renovamos a nossa fé baptismal, costumamos também fazê-lo, tendo na mão uma vela acesa. Deste modo professamos a nossa fé, não apenas com a boca, mas também com o gesto, com a nossa atitude.
Celebramos a Eucaristia, tendo no altar velas acesas, símbolo do nosso estado interior, da nossa vontade de nos querermos imolar em Cristo. Os moribundos costumam expirar à luz duma vela ou candeia, expressão da esperança na ressurreição futura. Enfim, a luz é um dos modos principais de humana expressão. Não pode, por isso, ser descurada na linguagem da fé. Com efeito, «Deus é luz»; «Cristo é luz do mundo»; a Igreja é «luz das nações»; devemos portar-nos como filhos da luz.

Os primeiros cristãos davam graças a Deus por Ele os ter chamado «das trevas para a Sua Luz admirável» (1 Pe 2, 9). O Livro da Sabedoria (17, 19; 18, 1-4) fala-nos precisamente desse êxodo das trevas para a luz. Os hebreus sairam das trevas do Egipto para a luz da Terra Prometida, através das águas do mar. Também os cristãos, através das águas baptismais, passam do reino das trevas para o reino da luz. Por isso, devem caminhar na luz; devem ser filhos da luz. Quem é que caminha na luz? Quem é seu filho? Quem não pactua com as trevas. Trevas são as injustiças. Trevas são as imoralidades. Trevas são as mentiras. Trevas são todas as obras más. A luz é a verdade, a justiça, a bondade.
Iluminada por Cristo, desde o começo, Maria é toda luz. Ela é a lua que espelha a luz do Sol divino, Cristo nosso Deus. Por isso, a Igreja exclama: «Toda sois formosa, ó Maria. Em vós não há mancha de pecado».

Texto estraído do livro: Mês de Maria pela Bíblia, da Difusora Bíblica
Imagem: Internet

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