Leitura Bíblica
"«Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no quarto mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, há-de recompensar-te. Nas vossas orações, não sejais como os gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos. Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho pedirdes.»
«Rezai, pois, assim:
‘Pai nosso, que estás no Céu,
santificado seja o teu nome,
venha o teu Reino;
faça-se a tua vontade,
como no Céu, assim também na terra.
Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia;
perdoa as nossas ofensas,
como nós perdoámos a quem nos tem ofendido;
e não nos deixes cair em tentação,
mas livra-nos do Mal.’
Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós.
Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.»"
(Mt 6, 5-15)
Comentário
É um facto: hoje reza-se menos. Isto preocupa a Igreja dos nossos dias. Será que antigamente se rezava demais? A verdade é que, numa civilização rural e pastoril, era mais fácil rezar. O camponês reza para vir sol e para vir chuva. Acende velas a Santo Antão para os animais terem saúde. Faz promessas para a terra dar os seus frutos. Queima alecrim, benzido no Domingo de Ramos, para Deus afastar para longe os relâmpagos e as trovoadas. Além disso, o ritmo da vida agrícola, com as quatro estações a repetirem-se ciclicamente, trzaendo o período das sementeiras e das colheitas, cria tempos fortes de oração: são as «rogações» do tempo das colheitas e do crescimento das plantas e as «ações de graças», no tempo da colheita. No meio industrial, geralmente, isto não se verifica. As máquinas, com efeito, produzem invariavelmente a mesma quantidade. Esta monotonia não faz germinar especiais momentos de oração.
A actual crise de oração está ligada com a crise de civilização. Através do boletim meterológico, lido diariamente na televisão, ele sabe que o estado do tempo depende mais dum conjunto de circunstâncias naturais do que da oração. Também não recorrerá nem a S. Jerónimo nem a Santa Bárbara num dia de trovoada, pois o seu tecto está bem protegido por um pára-raios. Não se porá a rezar para aumentar a produção, pois sabe muito bem que isto depende de ter ou não ter máquinas potentes e afinadas.
Apesar de tudo, o homem da cidade e da era industrial precisa de rezar, talvez mais do que nunca. Mas tem de ser uma oração acomodada ao novo tipo de civilização. O Evangelho segundo S. Mateus (6, 5-15) apresenta-nos a oração cristã como algo revolucionário no panorama da oração daquele tempo. Não oreis nem como os fariseus, para serem vistos pelos outros, nem como os pagãos, com gestos e palavriado ôco, porque o vosso Pai celeste sabe do que vós necessitais antes de Lho pedirdes.
Texto estraído do livro: Mês de Maria pela Bíblia, da Difusora Bíblica
Imagem: Internet
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