terça-feira, 15 de maio de 2018

Maria e a união dos cristãos

Leitura Bíblica
"«Não rogo só por eles, mas também por aqueles que hão-de crer em mim, por meio da sua palavra, para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste. Eu dei-lhes a glória que Tu me deste, de modo que sejam um, como Nós somos Um. Eu neles e Tu em mim, para que eles cheguem à perfeição da unidade e assim o mundo reconheça que Tu me enviaste e que os amaste a eles como a mim. Pai, quero que onde Eu estiver estejam também comigo aqueles que Tu me confiaste, para que contemplem a minha glória, a glória que me deste, por me teres amado antes da criação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu, mas Eu conheci-te e estes reconheceram que Tu me enviaste. Eu dei-lhes a conhecer quem Tu és e continuarei a dar-te a conhecer, a fim de que o amor que me tiveste esteja neles e Eu esteja neles também.»" 
(Jo 17, 20-26)

Comentário
Além de outras diferenças menores, podemos classificar os cristãos em três grandes grupos: católicos, ortodoxos e protestantes. Os ortodoxos são os cristãos orientais separados de Roma; os protestantes são os cristãos ocidentais também separados de Roma. Os ortodoxos e os católicos cortaram as relações por volta do ano mil da nossa era; os protestantes fizeram-no no século XVI.
É diferente a posição dos irmãos separados com relação a Nossa Senhora. Os ortodoxos ou orientais «proclamam com belíssimos hinos a grandeza de Maria sempre virgem» (UR 15), enquanto que, entre nós e os protestantes, «existem não pequenas discrepâncias sobre o papel de Maria na obra da salvação» (UR 20). Apesar de tudo, o Concílio exorta vivamente «todos os cristãos orientais e ocidentais... a que façam frequentes e mesmo quotidianas orações a Deus para que, com o auxílio da Mãe de Deus, todos sejam um» (OE 30).

Afirma o Concílio: «Nesta una e única Igreja de Deus já desde os primórdios surgiram algumas cisões... que aumentaram com o andar dos séculos, algumas vezes não sem culpa dos homens dum e do outro lado» (UR 3). Por isso os Padres Conciliares batem no peito, dizendo: «Pedimos humildemente perdão a Deus e aos irmãos separados, assim como nós perdoamos também àqueles que nos ofenderam» (UR 7). E, como caminho para a reconciliação, propõem a renovação: «Toda a renovação da Igreja consiste essencialmente numa maior fidelidade à própria vocação. Esta é, sem dúvida, a razão do movimento da unidade. A Igreja peregrina é chamada por Cristo a essa reforma perene. Como instituição humana e terrena, a Igreja necessita perpetuamente dessa reforma. Assim, se em vista das coisas e dos tempos houve deficiências, quer na moral, quer na disciplina eclesiástica, quer também no modo de enunciar a doutrina - modo que deve cuidadosamente distinguir-se do próprio depósito da fé - tudo seja recta e devidamente restaurado no momento oportuno» (UR 6). Nesta mesma linha em relação ao culto mariano, diz o Concílio: «Aos teólogos e pregadores da palavra de Deus, exorta-os instantemente a evitarem com cuidado tanto um falso exagero como uma demasiada estreiteza na consideração da dignidade singular da Mãe de Deus... Evitem, com cuidado, nas palavras e atitudes, tudo o que possa induzir em erro acerca da autêntica doutrina da Igreja, os irmãos separados ou quaisquer outros» (LG 67).

Se há divergências entre os cristãos, é muito mais aquilo que nos une, do que aquilo que nos separa. Acentuemos o que nos une: Todos acreditamos no mesmo Deus uno e trino. Todos confessamos a Cristo como Senhor e Salvador. Todos temos a mesma Bíblia que contém a Palavra de Deus escrita. Todos acreditamos no mesmo Baptismo pelo qual somos incorporados em Cristo. Todos admitimos a Ceia do Senhor, embora não estejamos de acordo quanto à sua natureza. Todos possuímos o património comum da vida da Igreja e da sua história milenária.
Que nos separa? Coisas muito importantes, sem dúvida, mas secundárias com relação ao que nos une. Portanto, «reconhecendo toda a legítima diversidade, promovamos na própria Igreja a mútua estima, respeito e concórdia» (GS 92).

Siglas:
GS - Gaudium et Spes (Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo contemporâneo)

LG -  Lumen Gentium (Constituição Dogmática sobre a Igreja)

OE - Orientalium Ecclesiarum (Decreto sobre as Igrejas Orientais)

UR - Conc. Ecum. Vaticano II, Decreto sobre o Ecumenismo Unitatis Redintegratio 

Texto estraído do livro: Mês de Maria pela Bíblia, da Difusora Bíblica
Imagem: Internet

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