sábado, 26 de maio de 2018

Senhora dos emigrantes

Leitura Bíblica:
"Depois de partirem, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: «Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe, foge para o Egipto e fica lá até que eu te avise, pois Herodes procurará o Menino para o matar.» E ele levantou-se de noite, tomou o Menino e sua Mãe e partiu para o Egipto, permanecendo ali até à morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o Senhor anunciou pelo profeta: Do Egipto chamei o Meu Filho."
(Mt 2, 13-15)

Comentário:
A emigração é um dos problemas mais sérios que nos atormentam, tanto a nível individual como familiar, eclesial ou nacional. Oss números sobre este ponto são elucidativos. Em 1971, abandonaram o país 27 418 famílias, o que corresponde a 2284 famílias por mês. Isso representa uma sangria nacional, como se uma cidade como Braga ou Coimbra tivesse desaparecido do mapa, no espaço de um ano! E em 1972, o drama continuava. Nos oito primeiros meses deste ano, só para França, já haviam emigrado 18 893 famílias com um total de 26 399 pessoas! Em dez anos, de 1962 a 1971, mais de um milhão de pessoas abandonou Portugal. Uma coisa assim como se Lisboa e arredores tivessem sido destruídos por um terramoto. 

Era preciso que isto cá estivesse muito mal para que tantos portugueses se vissem obrigados a dizer adeus à sua terra, ao seu lar, à sua gente!... E não era porque se facilitasse a emigração. Antes pelo contrário. Tanto assim que a grande maioria saiu clandestinamente, o que aumentou brutalmente o sofrimento do nosso povo. Vejamos o que isto significa para os indivíduos, tantas vezes isolados e explorados em terra estranha; para as famílias separadas, as esposas longe dos maridos, os filhos afastados dos pais; para a Igreja, cujos filhos emigrantes tantas vezes perderam a fé, ao sentirem-se abandonados numa terra distante, com outra língua, outros costumes e outro nível de vida; para o país, pois os portugueses são a maior riqueza de Portugal.

Antes de mais, é preciso tomar consciência desta situação grave do nosso povo. Depois cabe aos indivíduos, às famílias, à Igreja e ao Estado reagir. A solução não pode consistir em proibir a emigração. Emigrar é um direito das pessoas. Além disso, proibir a emigração, sem eliminar as causas que a produzem, seria inútil. Bem a proibiram uns anos atrás, mas o povo fugiu como água por entre os dedos. É que o instinto da sobrevivência a tudo se sobrepõe. O que é preciso é acabar com as causas que obrigaram e obrigam as pessoas a emigrar.

Texto extraído do livro: Mês de Maria pela Bíblia, da Difusora Bíblica
Imagem: Internet

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