quarta-feira, 16 de maio de 2018

Maria, Sacramento da Igreja

Leitura Bíblica
"Ao passar, Jesus viu um homem cego de nascença. Os seus discípulos perguntaram-lhe, então: «Rabi, quem foi que pecou para este homem ter nascido cego? Ele, ou os seus pais?» Jesus respondeu: «Nem pecou ele, nem os seus pais, mas isto aconteceu para nele se manifestarem as obras de Deus. Temos de realizar as obras daquele que me enviou enquanto é dia. Vem aí a noite, em que ninguém pode actuar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.» Dito isto, cuspiu no chão, fez lama com a saliva, ungiu-lhe os olhos com a lama e disse-lhe: «Vai, lava-te na piscina de Siloé» - que quer dizer Enviado. Ele foi, lavou-se e regressou a ver. Então, os vizinhos e os que costumavam vê-lo antes a mendigar perguntavam: «Não é este o que estava por aí sentado a pedir esmola?» Uns diziam: «É ele mesmo!» Outros afirmavam: «De modo nenhum. É outro parecido com ele.» Ele, porém, respondia: «Sou eu mesmo!» Então, perguntaram-lhe: «Como foi que os teus olhos se abriram?» Ele respondeu: «Esse homem, que se chama Jesus, fez lama, ungiu-me os olhos e disse-me: ‘Vai à piscina de Siloé e lava-te.’ Então eu fui, lavei-me e comecei a ver!»" 
(Jo 9, 1-11)

Comentário
O Sacramento é um sinal visível duma realidade invisível. É um sinal natural que torna presente uma realidade sobrenatural. O princípio fundamental da teologia dos sacramentos é a verdade da Encarnação. Neste mistério, Deus invisível, segundo a Sua natureza divina, torna-se visível segundo a nossa natureza humana. Por isso, afirma que Cristo é a «imagem (visível) do Deus invisível» (Col 1, 15). Assim Cristo é o «Sacramento de Deus». Isto é, Ele é o sinal visível onde o Deus invisível se nos manifesta e se nos torna presente.
Mas o sinal sacramental não é um sinal estático, parado. Geralmente é um sinal dinâmico, uma «acção». Assim Cristo, actuando, era sinal eficaz da presença de Deus. Por isso, diz o Concílio que «a divina revelação se realiza por meio de «acções» e de «palavras», intimamente relacionadas entre si» (DV 2).

Nós, os católicos, admitimos sete sacramentos, isto é, sete «acções sagradas» que significam e realizam a nossa salvação. Este número septenário - além de biblicamente significar plenitude - está relacionado com os sete movimentos principais da vida humana: nascimento, crescimento, alimento, mudança de rumo, morte, procriação e paternidade espiritual. Mas estes sacramentos são sacramentos da Igreja, a qual, por sua vez é «sacramento de Cristo». Quer dizer, a Igreja ou os cristãos reunidos e activos no nome de Cristo, tornam-n'O presente e manifestam-n'O ao mundo, segundo a palavra do Senhor: «Onde dois ou três estiverem reunidos em Meu nome, Eu estou no meio deles» (Mt 18, 20), «Nisto conhecerão que sois Meus discípulos, se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 35).

A Igreja é o sacramento, isto é, o sinal visível que torna Cristo presente, visível e actuante para os homens do nosso tempo. Por isso o Concílio define-a como sacramento universal de salvação.
Nesta perspectiva, Maria é sacramento da Igreja, no sentido de que Ela é anúncio e imagem da Igreja. O Concílio proclama: «A Mãe de Deus é o tipo e a figura da Igreja, na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo» (LG 63); como Maria, a Igreja é também «virgem e mãe» (idem); «a mãe de Jesus, glorificada já em corpo e alma, é a imagem e início da Igreja que há-de ter a sua consumação no futuro» (LG 68).
Maria não concentra em si toda a Igreja, mas é, para nós o seu sinal, tanto na sua vida terrena, como na sua vida na Glória. Na vida terrena é a imagem da Igreja peregrina; na vida celeste, a da Igreja Glorificada.

Siglas:
LG -  Lumen Gentium (Constituição Dogmática sobre a Igreja)

Texto estraído do livro: Mês de Maria pela Bíblia, da Difusora Bíblica
Imagem: Internet

Sem comentários:

Enviar um comentário