sábado, 19 de maio de 2018

Maria e a Eucaristia

Leitura Bíblica
"E, quando se pôs à mesa, tomou o pão, pronunciou a bênção e, depois de o partir, entregou-lho. Então, os seus olhos abriram-se e reconheceram-no; mas Ele desapareceu da sua presença. Disseram, então, um ao outro: «Não nos ardia o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» Levantando-se, voltaram imediatamente para Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os seus companheiros, que lhes disseram: «Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!» E eles contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus se lhes dera a conhecer, ao partir o pão." 
(Lc 24, 30-35)

Comentário
Entre as mudanças pós-conciliares, sobressaem as introduções na celebração da Eucaristia. Antes do Concílio, a missa era em latim. Quando não era cantada, os cristãos ou estavam em silêncio ou se entretinham a rezar outras orações. Em muitos lados, chegou-se até a rezar o terço em alta voz, enquanto o sacerdote, sozinho, seguia com a missa. Os altares estavam distantes, os fiéis no fundo da igreja. O celebrante, voltado para a parede, celebrava de costas para o povo.
A Comunhão era, praticamente, considerada como algo independente da missa. Poucos cristãos comungavam e, geralmente, faziam-no fora da missa. A concelebração não existia. Falava-se muito da missa como Sacrifício do Calvário, mas nada se dizia dela como banquete sagrado, Ceia do Senhor, manifestação da Igreja reunida. E assim por diante.

Em muitos destes comportamentos, a Igreja tinha-se afastado do Evangelho. A renovação que se verificou - e que ainda não foi totalmente posta em prática - não é apenas um adaptar-se aos tempos presentes. É também um regresso ao sentido evangélico da Ceia do Senhor, um esforço por procurarmos realizar melhor aquilo que o Senhor quis. Por isso, o novo missal define assim a missa: «A Ceia do Senhor ou Missa é assembleia sagrada ou reunião do Povo de Deus, congregado sobre a presidência do sacerdote para celebrar o memorial do Senhor» (OGMR 7). E noutro lado diz que a Missa é acção de Cristo e do Povo de Deus (Id 1). Portanto, a missa não é tarefa do padre sozinho. A missa deve ser celebrada por todo o povo, exercendo cada um a função que lhe compete: o padre a presidir; os leitores a ler; os acólitos a servir; os cantores a cantar e todos a participar activamente. É toda a Igreja, isto é, toda a assembleia, que deve celebrar a Ceia do Senhor.
O mandato de Cristo, «fazei isto em memória de Mim», é uma ordem para todos os cristãos. Por isso, o ministro da Eucaristia é todo o Povo de Deus, hierarquicamente reunido, e não apenas o padre.

Não temos nenhum texto que nos diga explicitamente se Maria participou na Eucaristia. Podemos, contudo, supô-lo sem perigo de exagerar. Também aqui Maria sofreu uma grande mudança. Ela estava habituada aos sacrifícios judaicos em que se imolavam animais, ofereciam pães e frutos da terra. A missa era diferente. Mas com que fervor a Senhora recordaria a morte e a ressurreição de Jesus Cristo, Seu Filho?

Siglas:
OGMR - (Nuevas normas de la Misa. Ordenación General del Misal Romano, 1969.)

Texto estraído do livro: Mês de Maria pela Bíblia, da Difusora Bíblica
Imagem: Internet

Sem comentários:

Enviar um comentário